15/04 2019

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA  - 14 de maio de 2019 - 20:20

Um dos poucos parlamentares de fora do PSL que se considera alinhado com o governo, Diego Garcia (Pode-PR) nos contou que Jair Bolsonaro ordenou que o ministro da Educação recue sobre o  contingenciamento na pasta. Logo após a aprovação da convocação, Bolsonaro ligou para Abraham Weintraub comunicando sobre a votação e solicitou que a medida fosse suspensa. "Na educação não haverá contingenciamento", afirmou Garcia, que estava junto com o presidente no momento da votação. Com a possibilidade de manifestações de proporções expressivas de estudantes e professores, a ordem agora é cortar em outra pasta. Segundo o deputado, Bolsonaro achou "normal" a convocação porque o ministro já iria a uma das comissões da Casa. Bolsonaro passou a tarde com líderes do Podemos, Cidadania, PV, Pros, Patriotas, Novo e PSC discutindo a votação da MP 870 (reforma administrativa). Somados esses partidos têm 53 votos, número insuficente para barrar o Centrão/oposição/independentes (PSDB). De acordo com Garcia, o governo não faz tanta questão mais da vitória nesta MP, mas sim colocar a opinião pública contra o Centrão. "O fundamental não é ganhar ou perder, é expor os deputados".

*Daiene Cardoso  - Direto de Brasília*

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 14/05/2019- 16h31*
Um dia depois da notícia de que a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro, o clima no Congresso hoje à tarde é de esperar para ver. Senadores e deputados com os quais conversamos afirmaram que vão esperar os desdobramentos para definir como agir. A criação de uma CPI para investigar o assunto é, neste momento, descartada. Um senador lembrou que parlamentares não podem ser investigados em CPIs e, no Conselho de Ética, só respondem a atos praticados durante o mandato. Por isso a cautela. Se as investigações apontarem algum esquema, pode-se investigar o esquema. A avaliação de deputados é que a quebra do sigilo, aliada à divulgação de partes da delação do dono Da Gol envolvendo Rodrigo Maia, tem como objetivo minar a Reforma da Previdência. Sobre a citação ao nome de Maia, deputados avaliaram que é assunto requentado.
*Chico de Gois e Daiene Cardoso - direto do Congresso Nacional*

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 13/05/2019 - 18H20*
O Tsunami anunciado na semana passada pelo presidente Bolsonaro começou a se formar hoje. Mais cedo, o jornal O Globo informou que a Justiça autorizara, desde 24 de abril, a quebra de sigilo bancário de Flávio e Queiroz, além de familiares. O caso, que estava adormecido, tem potencial de uma tempestade perfeita. Há várias considerações. Renan Calheiros tinha acordo com Flávio para ter o voto dele e, em troca, lhe dar guarida. Flávio quebrou o acordo. Na Câmara, só há duas CPIs em funcionamento e apenas mais dois pedidos -- a Câmara pode ter até cinco CPIs ao mesmo tempo. Isso vai aguçar o apetite da oposição, com ingredientes do Centrão para dar liga ao prato a ser servido. A divulgação dos números possivelmente vai constranger a família Bolsonaro naquilo que lhe é o maior bem eleitoral: combate à corrupção. Flávio, que ontem, de forma inusitada, deu entrevista ao Estadão -- já sabendo, possivelmente, da decisão da Justiça -- ficará na alça de mira da imprensa, Ministério Público, oposição e, claro, o centrão. Vai alternar entre fugir dos comentários e apelar para as redes sociais, ou partir para críticas ao MP, como já fez na entrevista. O pai Bolsonaro, no início do ano, jogou o filho aos leões, dizendo que, se errou, vai pagar. Com os números à mostra, qual será a reação? Sérgio Moro vai agir de que forma? Como advogado ou acusador? Não por acaso, Bolsonaro adiantou, com mais de um ano de antecedência, que ele será indicado para o STF, mesmo o cargo ainda não estando vago. Tudo isso misturado tem um potencial de dano comparado a um tsunami mesmo. E a Reforma da Previdência, como fica? Num ambiente em que o governo não tem base, não dialoga, fica difícil ter votos para qualquer coisa. Sobretudo para uma PEC. Os deputados, sempre práticos, vão ficar sentados na montanha vendo até onde vai a destruição para, depois, ver o que é possível fazer com as sobras.
*Chico de Gois - Brasília*

BRASÍLIIA ALTA FREQUÊNCIA -  13 de maio de 2019 - 15h07*
Está nas mãos do presidente interino da Câmara, Marcos Pereira (PRB), a decisão de votar alguma MP no plenário nesta semana. Antes de viajar para NY, Rodrigo Maia deixou na pauta seis MPs prontas para apreciação, sendo a MP do saneamento a quarta da fila e a da reestruturação ministerial a última. Durante a ausência do titular, o vice-presidente da Câmara geralmente evita colocar em votação temas que não tenham acordo entre os partidos. Na Casa Civil já não se conta mais com a votação da MP 870 nesta semana. Assessores da Câmara estão prontos para enfrentar as MPs nos próximos dias, mas ressaltam que votando nesta ou na próxima semana, o governo não tem perspectiva de vitória na 870.

*Daiene Cardoso  - Direto da Câmara de Brasília**

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA – 13 de maio de 2019 – 8h45*

Entidades estudantis e sindicatos de docentes de várias partes do País pretendem promover manifestações na próxima quarta-feira contra o corte de recursos na educação. Poderia ser apenas um movimento contra o governo Bolsonaro se já não tivéssemos precedentes. Em junho de 2013, um grupo de estudantes insatisfeitos com os R$ 0,20 do aumento da tarifa em São Paulo promoveu o estopim do que mais tarde se tornou o movimento de derrubada do governo Dilma Rousseff. Bolsonaro e seu ministro da Educação conseguiram a proeza de despertar um segmento da população que nos últimos anos vinha enfrentando dificuldades para se organizar.  Nos últimos dias, vimos integrantes da oposição com um novo “brilho nos olhos” com os primeiros protestos no Rio de Janeiro.  Difícil prever no que resultará as manifestações desta semana, assim como é cedo para falar em risco para o governo, mas elas têm potencial de gerar uma mobilização maior. Lembrando que o movimento pelo passe livre em São Paulo provocou uma onda apartidária contra tudo e todos em 2013. Se a oposição conseguir evitar empunhar bandeiras partidárias nos protestos agora, o movimento contra o corte na educação pode se aliar a eventuais paralisações anti-reforma da Previdência e crescer, tumultuando a já conturbada tramitação da proposta na Câmara.
*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 10 de maio de 2019 - 16:18*
Pivô do estresse no plenário que jogou a votação da MP da reestruturação ministerial para a próxima semana, Diego Garcia (Pode-PR) disse para nós que o grupo pró Sérgio Moro se movimenta para derrotar o Centrão e devolver o Coaf ao ministério da Justiça. A estratégia é contar com a mobilização da bancada da bala, buscar votos no varejo e apostar na pressão da sociedade. "Vamos no olho no olho, individualmente. Temos votos no PT, PSB, PR, PSDB. Vamos forçar também a manifestação pública (de voto). Dá para reverter", acredita. "Vamos dar a primeira grande derrota do Centrão", acrescentou. A previsão de Garcia não se confirmaria se a votação em plenário fosse hoje, uma vez que centrão e oposição, juntos, formam a maioria dos votos. A previsão de Garcia se sustenta na revolta da bancada do PSL contra Onyx Lorenzoni. Os pesselistas ficaram inconformados com o fato de Onyx ter dado ordem para entregar o Coaf ao ministério da Economia, sem combinar o jogo com eles. Ontem a bancada reclamou disso em reunião com Bolsonaro. Garcia acha que a revolta do PSL e o poder deles em mobilizar a internet ajudará a devolver o Coaf a Moro. Questionado sobre o termo "tsunami" usado mais cedo por Bolsonaro,  Garcia interpretou a declaração como sinal de  troca de ministros na Esplanada. Em off, ele torce pela queda de Onyx. "É um cargo que tem que ter sintonia com o Congresso", justificou.
*Daiene Cardoso  - Direto dd Brasília*

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA  - 9 de maio de 2019 - 16:15*
Vista por parlamentares  como bem intencionada e até esforçada, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, experimentou hoje sua primeira derrota com as mudanças patrocinadas pelo centrão na MP da reestruturação ministerial. O fracasso também pode ser creditado a ela porque é de responsabilidade de um líder do governo no Congresso vigiar e zelar para que as MPs passem intactas e os vetos presidenciais aos projetos aprovados no parlamento não sejam derrubados. Mesmo com o respaldo do relator e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, faltou à deputada estofo político. Restou a ela sair da sessão da comissão mista reclamando dos "fujões". Não bastasse a inexperiência do líder na Câmara, Major Vitor Hugo, agora o Planalto vê que a boa vontade de Joice não é o suficiente para lidar com o Centrão. 
*Daiene Cardoso  - Direto de Brasília*

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA -  8 de maio de 2019 - 19:27*
Apesar de dizer que não se submeteria a ameaças e ofensas, Paulo Guedes não resistiu a provocações que poderiam ser ignoradas. Ao responder Perpétua Almeida sobre denúncias envolvendo seu nome, Guedes sugeriu que a deputada fosse ver quem estava na cadeia hoje por "assaltar fundos de pensão". Irritado, o ministro disse que depois das 18h a "baixaria" começava na comissão. Em resposta a José Guimarães, Guedes retrucou: "Se eu googlar dinheiro na cueca aparece, né?". A situação só não virou briga generalizada - Joice e Frota até se posicionaram na mesa para proteger Guedes - porque Marcelo Ramos interveio e insistiu para que o ministro se mantivesse no debate sobre a reforma. Guimarães deu uma resposta elegante, pediu respeito e o ministro acabou se desculpando com o petista. Essa não será o último encontro do ministro com parlamentares e, ainda que tenha melhorado, precisa ainda aprender a segurar seus ímpetos.

*Daiene Cardoso  - Direto da Câmara dos Deputados**

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 8 de maio de 2019 - 18:45*
Numa comissão majoritariamente favorável à reforma da Previdência, a oposição não viu espaço até o momento para desestabilizar o ministro Paulo Guedes. O caminho adotado foi atacar pontos do projeto e insistir na tese de que a reforma é cruel com os mais pobres. O discurso não ganhou ressonância no centrão e se limitou ao PT, PSOL, PDT, PCdoB  e PSB. O PSOL até tentou criar tumulto com um cartaz que associava a reforma a um cheque em branco a Guedes e os bancos, mas o protesto serviu mais para produzir imagens às TVs. Durante a audiência, o ministro também evitou o confronto, disse que o BPC estava "em aberto" para os parlamentares e que entendia a importância da aposentadoria rural, em especial para a bancada nordestina. Se por um lado Guedes está mais contido, por outro o presidente Marcelo Ramos deixou claro as regras da audiência e não deu brechas para confrontos. Perpétua Almeida, do PCdoB, tentou provocar questionando o ministro sobre uma denúncia envolvendo fundos de pensão, mas a tentativa não prosperou. O clima hoje vem se mantendo amigável ao ministro, cenário completamente diferente do que ele viveu na CCJ.

Daiene Cardoso  - Direto da Câmara dos Deputados 

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 02/05/2019 - 11H15

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), fez uma análise correta ontem, e, ao mesmo tempo, jogou contra a oposição. Disse o deputado durante evento em São Paulo que reuniu várias centrais sindicais por ocasião do 1º de Maio: "Precisamos de uma reforma da Previdência que não garanta a reeleição do Bolsonaro". Se aprovada, a reforma poderá, no médio prazo, trazer investimentos e, espera-se, mais empregos. Seria um bom ponto para Bolsonaro. O erro de Paulinho está em falar publicamente o que alguns dizem a boca miúda em Brasília. Sem querer, ele criou uma arapuca para o Centrão, que é o fiel da balança no jogo político da Câmara. Se ficar contra a reforma, o Centrão poderá -- e será -- acusado de pensar no próprio umbigo e colocar questões eleitorais de 2022 em primeiro lugar. Se ajudar a aprovar, estará colocando azeitona na empada de Bolsonaro.
Chico de Gois - Brasília

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 30/04/2019 - 14H57

Instalada na quinta-feira da semana passada, a Comissão Especial que vai analisar a PEC 006/2019 já conta com 48 requerimentos. Por enquanto, a maioria (32) foi apresentada pela oposição. Há de tudo um pouco: pedido de informações à Casa Civil ou ao Ministério da Economia, convocação dos ministros Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes, e várias solicitações de audiências públicas, até mesmo em estados como o Acre e Rondônia. Outros querem apenas causar impacto político. O deputado Diego Garcia (PODE-PR), por exemplo, quer convidar a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) para falar do impacto da reforma na administração pública. Já o PT mira audiências públicas para debater, por exemplo, questões relativas aos trabalhadores rurais e empregadas domésticas. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) quer chamar os ex-ministros da Previdência na era petista. O objetivo é desgastar o atual governo. Tudo isso faz parte do roteiro. A oposição, por si só, não tem votos suficientes para aprovar esses requerimentos e vai depender do humor do Centrão.
Chico de Gois - Brasília

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 30/04/2019 - 11h02

Numa semana sem muita movimentação  na Câmara, os principais atores envolvidos com a Reforma da Previdência demonstraram ontem que estão num processo de afinação. A reunião entre Rodrigo Maia, Marcelo Ramos, Samuel Moreira, Paulo Guedes e o próprio presidente Bolsonaro serviu para dar à foto uma aparência de unidade. Maia e Ramos voltaram a falar em aprovar o relatório até julho. Maia foi além: quer que o plenário aprove a PEC em julho mesmo, antes do recesso. Há mais um motivo de otimismo, no curto prazo: Painel da Folha informa hoje que há uma discussão na Câmara para a recriação do Ministério das Cidades. Pode ser a possibilidade de abrir uma fresta para que algum político ocupe a função. O Ministério da Cidades concentra ações de alto interesse dos deputados.
Chico de Gois - Brasília

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 29/04/2019 - 15H37*

Que o presidente Jair Bolsonaro tem incontinência verbal já se sabe. O problema é a frequência. Menos de 15 dias depois de interferir no preço do óleo diesel, mandando o presidente da Petrobras revê-lo, o presidente achou outro alvo para exercer sua influência: o Banco do Brasil. Na semana passada, soube-se que ele mandou retirar do ar um comercial porque não havia gostado dos personagens retratados. Agora, apela publicamente para que o presidente do banco público reduza os juros de empréstimos para produtores rurais. No fim de semana, deu a entender que continuará com a prática: "quem nomeia o presidente do Banco do Brasil? Sou eu? Não precisa falar mais nada então". Como ele nomeou os presidentes dos demais bancos públicos federais, de empresas estatais e ministérios, deve-se esperar que seu dedo atue em todas as áreas, sem levar em consideração até mesmo questões jurídicas. O problema da intervenção não tem a ver com pautas de costumes, mas do eleitorado que ele acredita que votou nele e, por isso, deve lhe dar satisfação. Entre garantir o apoio desse público ou ganhos no mercado financeiro, ele escolherá a primeira opção, sem dúvida.
CHICO DE GOIS - BRASÍLIA

 

BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA  - 29 de abril de 2019 - 14:15

Em um novo episódio de falta de sintonia entre membros do governo, o presidente Jair Bolsonaro desmentiu hoje o secretário da Receita, Marcos Cintra, e negou a intenção do governo em criar um novo imposto, uma nova CPMF que atingiria até igrejas. Mais uma vez, Bolsonaro reagiu para evitar desagradar quem ajudou na sua eleição, desta vez os evangélicos. Cintra é o mesmo que negou aumento do IOF anunciado por Bolsonaro, logo na primeira semana de governo. Se Cintra se sente à vontade para anunciar o que quer, é porque Paulo Guedes o permite. Mas até quando? Rodrigo Maia  também se antecipou e avisou que tal proposta não passará pela Câmara. Esse é mais um exemplo da falta de comunicação e de organização dentro do próprio governo, que por sua vez se estende à articulação política com o Congresso. A sugestão de criação de novo tributo, aliado ao vai-e-vem, é mais lenha na fogueira na conturbada relação com o parlamento, uma vez que não fica claro qual era a real intenção do governo. O reflexo disso na Previdência? Mais ruído, mais cobrança dos estudos detalhados que embasaram a PEC e mais desconfiança em relação ao governo.
*Daiene Cardoso e Chico de Gois  - Direto de Brasília*

 

*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 29/04/2019 - 8H06*

A semana curta, enforcada no meio pelo feriado do Dia do Trabalho, não trará grandes ações públicas para a Reforma da Previdência. No entanto, o presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos (PR-AM), tem um jantar hoje com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para tentarem acertar o andamento da PEC. Amanhã, Ramos e o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), também encontram-se com Maia. Os três, favoráveis à reforma, vão rascunhar um calendário para a coisa andar. O fim de semana teve sinais positivos. Apesar da desastrosa entrevista de Maia para o Buzzfeed, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações públicas amigáveis ao presidente da Câmara, o que serviu para desanuviar o ambiente -- e os filhos de Bolsonaro calaram-se, exceção de Eduardo, que retuitou um comentário questionando por que alguns deputados do Centrão não apoiam a Previdência. Na quarta-feira, as centrais sindicais e as esquerdas vão fazer ampla pregação contra a reforma. A convocação de uma greve geral também está no script -- mas, no Brasil, nunca houve uma greve geral de fato, apenas paralisações da algumas categorias. 

CHICO DE GOIS - BRASÍLIA

 

*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA26 de abril de 2019 – 15:17*

Em uma ação para encurralar os governadores, o presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), disse para nós que pretende realizar audiências públicas para ouvir os chefes de Executivo dos Estados. O objetivo é saber a opinião dos governadores sobre a reforma, justamente num momento em que cresce na Câmara o movimento para tirar da PEC as mudanças nas esferas estadual e municipal. “Vou perguntar: o senhor é contra ou a favor?”. Ramos é um dos parlamentares que acredita que a reforma precisa ser discutida regionalmente, já que os Estados vivem realidades distintas. Segundo ele, o Amazonas tem uma previdência equilibrada, enquanto o Rio Grande do Sul ainda enfrenta dificuldades financeiras. Ramos revelou que seu objetivo é ser eleito governador do Amazonas em 2022.  
*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*

 

*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA 26 de abril de 2019 – 15:02*

Marcelo Ramos (PR-AM) deixou muito claro sua intenção de dar celeridade à tramitação da reforma da Previdência na comissão especial (ainda que trabalhe com um prazo de votação acontecendo em julho). “Me dá um plenário com voto que eu garanto esse negócio até julho”, afirmou. Na primeira sessão deliberativa, o deputado pretende votar em bloco os mais de 30 requerimentos já protocolados na comissão. Para acalmar os ânimos, Ramos nos disse que buscará fazer um pacto de discussão de mérito, chamando os deputados mais exaltados para uma conversa franca. A intenção é evitar brigas entre os extremos (leia-se PSL e PT/PSOL). O parlamentar repetiu o discurso de que o presidente Jair Bolsonaro ajudará na reforma se conseguir “ficar calado” e nos confidenciou que reclamou para Rodrigo Maia que o ministro Paulo Guedes não ajuda quando diz que os deputados “podem acabar parando lá no Sérgio Moro” se insistirem em cargos. Ramos ressaltou que, por mais que esteja disposto a dar celeridade ao processo, não vai integrar a articulação política do governo. “O principal disso não depende de mim”.
*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*
 
 
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 26/04/2019 - 14H42*

Há um clima muito mais ameno na Comissão Especial que vai analisar a PEC da Reforma da Previdência do que havia durante a tramitação na CCJ. A constatação é do presidente da comissão especial, deputado Marcelo Rocha (PR-AM), durante almoço conosco hoje. Rocha contou que o anúncio de liberação de emendas ajudou a desanuviar o ambiente.Questionado sobre cargos, esquivou-se: "Não estou tratando diretamente disso e não quero saber." O presidente observou que é preciso prestar atenção em três personagens que, embora não estejam na comissão especial, dão a tônica do andamento das coisas: os líderes Wellington Roberto (PR-PB), Arthur Lira (PP-AL) e Elmar Nascimento (DEM-BA). Foi graças ao entendimento deles, de que não era mais possível esticar o elástico, sob risco de romper de vez, que a CCJ andou e deu 48 votos favoráveis à proposta. Rocha os adjetivou de "duros na queda", o que significa que as negociações entre eles e o Planalto sempre serão tensas, até o limite.
*Chico de Gois - Direto da Câmara dos Deputados - Brasília*

 

*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 24/04/2019 - 12H26*

As notas plantadas nos jornais no fim de semana, dando conta de que o governo estaria disposto a ceder cargos para atrair apoios, e as reuniões de segunda-feira à noite e terça-feira pela manhã entre lideranças do centrão, Rogério Marinho, Rodrigo Maia (DEM-RJ), supervisionadas por Onyx Lorenzoni, começaram a surtir efeitos. A política está de volta na discussão. De concreto, nada ainda aconteceu -- nenhum cargo liberado até o momento. Mas começou um movimento para restabelecer o essencial: a confiança entre os atores políticos. Por isso, o Centrão demonstrou ontem, com todos seus votos -- exceção de Clarissa Garotinho (PROS-RJ), talvez mais por questões paroquiais do que nacionais --, que estendia a mão para o governo. O líder do PP, Arthur Lira (AL), falou em quatro a cinco meses para restabelecer os canais. E ele sabe do que fala. Os cargos não estarão à disposição na baciada, mas aos poucos, até para não chamar tanto a atenção de imprensa e oposição, e para que Bolsonaro continue com seu discurso de que não irá ceder. Por enquanto, ministérios estão preservados, mas é bom ver como se dará a discussão e votação da MP 870.
*Chico de Gois e Daiene Cardoso -- Brasília* 
 
 
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA  - 15 de abril - 8:30*
 
Enquanto Rodrigo Maia comenta os primeiros 100 dias de governo Bolsonaro em eventos na capital paulista, o Centrão deve travar uma batalha com a base de Bolsonaro nesta tarde na CCJ. Líderes do PP, PR e Solidariedade vão tentar inverter a pauta e colocar a apreciação do Orçamento Impositivo na frente da Reforma da Previdência. Com a ajuda da oposição, o grupo tem tudo para conseguir impor sua vontade.
O bloco tinha como certa até a manhã  da sexta-feira passada que Felipe Francischini cederia à sua vontade mas, sob pressão do Planalto, o presidente da CCJ já distribuiu a pauta com a Previdência no item número um. O governo teme que, em virtude do feriado, a votação da admissibilidade da Pec fique para a próxima semana. 
Parlamentares avaliam que só Maia teria o poder de fazer o Centrão recuar, já que o bloco integra o grupo de 334 deputados que o reelegeram para o comando da Câmara. "O Centrão não faz nada sem o aval do Rodrigo", resumiu um deputado do MDB. 
*Daiene Cardoso e Chico de Gois  - Direto de Brasília*