BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 14 de maio de 2019 - 20:20
Um dos poucos parlamentares de fora do PSL que se considera alinhado com o governo, Diego Garcia (Pode-PR) nos contou que Jair Bolsonaro ordenou que o ministro da Educação recue sobre o contingenciamento na pasta. Logo após a aprovação da convocação, Bolsonaro ligou para Abraham Weintraub comunicando sobre a votação e solicitou que a medida fosse suspensa. "Na educação não haverá contingenciamento", afirmou Garcia, que estava junto com o presidente no momento da votação. Com a possibilidade de manifestações de proporções expressivas de estudantes e professores, a ordem agora é cortar em outra pasta. Segundo o deputado, Bolsonaro achou "normal" a convocação porque o ministro já iria a uma das comissões da Casa. Bolsonaro passou a tarde com líderes do Podemos, Cidadania, PV, Pros, Patriotas, Novo e PSC discutindo a votação da MP 870 (reforma administrativa). Somados esses partidos têm 53 votos, número insuficente para barrar o Centrão/oposição/independentes (PSDB). De acordo com Garcia, o governo não faz tanta questão mais da vitória nesta MP, mas sim colocar a opinião pública contra o Centrão. "O fundamental não é ganhar ou perder, é expor os deputados".
*Daiene Cardoso - Direto de Brasília*
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 14/05/2019- 16h31*
Um dia depois da notícia de que a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro, o clima no Congresso hoje à tarde é de esperar para ver. Senadores e deputados com os quais conversamos afirmaram que vão esperar os desdobramentos para definir como agir. A criação de uma CPI para investigar o assunto é, neste momento, descartada. Um senador lembrou que parlamentares não podem ser investigados em CPIs e, no Conselho de Ética, só respondem a atos praticados durante o mandato. Por isso a cautela. Se as investigações apontarem algum esquema, pode-se investigar o esquema. A avaliação de deputados é que a quebra do sigilo, aliada à divulgação de partes da delação do dono Da Gol envolvendo Rodrigo Maia, tem como objetivo minar a Reforma da Previdência. Sobre a citação ao nome de Maia, deputados avaliaram que é assunto requentado.
*Chico de Gois e Daiene Cardoso - direto do Congresso Nacional*
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 13/05/2019 - 18H20*
O Tsunami anunciado na semana passada pelo presidente Bolsonaro começou a se formar hoje. Mais cedo, o jornal O Globo informou que a Justiça autorizara, desde 24 de abril, a quebra de sigilo bancário de Flávio e Queiroz, além de familiares. O caso, que estava adormecido, tem potencial de uma tempestade perfeita. Há várias considerações. Renan Calheiros tinha acordo com Flávio para ter o voto dele e, em troca, lhe dar guarida. Flávio quebrou o acordo. Na Câmara, só há duas CPIs em funcionamento e apenas mais dois pedidos -- a Câmara pode ter até cinco CPIs ao mesmo tempo. Isso vai aguçar o apetite da oposição, com ingredientes do Centrão para dar liga ao prato a ser servido. A divulgação dos números possivelmente vai constranger a família Bolsonaro naquilo que lhe é o maior bem eleitoral: combate à corrupção. Flávio, que ontem, de forma inusitada, deu entrevista ao Estadão -- já sabendo, possivelmente, da decisão da Justiça -- ficará na alça de mira da imprensa, Ministério Público, oposição e, claro, o centrão. Vai alternar entre fugir dos comentários e apelar para as redes sociais, ou partir para críticas ao MP, como já fez na entrevista. O pai Bolsonaro, no início do ano, jogou o filho aos leões, dizendo que, se errou, vai pagar. Com os números à mostra, qual será a reação? Sérgio Moro vai agir de que forma? Como advogado ou acusador? Não por acaso, Bolsonaro adiantou, com mais de um ano de antecedência, que ele será indicado para o STF, mesmo o cargo ainda não estando vago. Tudo isso misturado tem um potencial de dano comparado a um tsunami mesmo. E a Reforma da Previdência, como fica? Num ambiente em que o governo não tem base, não dialoga, fica difícil ter votos para qualquer coisa. Sobretudo para uma PEC. Os deputados, sempre práticos, vão ficar sentados na montanha vendo até onde vai a destruição para, depois, ver o que é possível fazer com as sobras.
*Chico de Gois - Brasília*
BRASÍLIIA ALTA FREQUÊNCIA - 13 de maio de 2019 - 15h07*
Está nas mãos do presidente interino da Câmara, Marcos Pereira (PRB), a decisão de votar alguma MP no plenário nesta semana. Antes de viajar para NY, Rodrigo Maia deixou na pauta seis MPs prontas para apreciação, sendo a MP do saneamento a quarta da fila e a da reestruturação ministerial a última. Durante a ausência do titular, o vice-presidente da Câmara geralmente evita colocar em votação temas que não tenham acordo entre os partidos. Na Casa Civil já não se conta mais com a votação da MP 870 nesta semana. Assessores da Câmara estão prontos para enfrentar as MPs nos próximos dias, mas ressaltam que votando nesta ou na próxima semana, o governo não tem perspectiva de vitória na 870.
*Daiene Cardoso - Direto da Câmara de Brasília**
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA – 13 de maio de 2019 – 8h45*
Entidades estudantis e sindicatos de docentes de várias partes do País pretendem promover manifestações na próxima quarta-feira contra o corte de recursos na educação. Poderia ser apenas um movimento contra o governo Bolsonaro se já não tivéssemos precedentes. Em junho de 2013, um grupo de estudantes insatisfeitos com os R$ 0,20 do aumento da tarifa em São Paulo promoveu o estopim do que mais tarde se tornou o movimento de derrubada do governo Dilma Rousseff. Bolsonaro e seu ministro da Educação conseguiram a proeza de despertar um segmento da população que nos últimos anos vinha enfrentando dificuldades para se organizar. Nos últimos dias, vimos integrantes da oposição com um novo “brilho nos olhos” com os primeiros protestos no Rio de Janeiro. Difícil prever no que resultará as manifestações desta semana, assim como é cedo para falar em risco para o governo, mas elas têm potencial de gerar uma mobilização maior. Lembrando que o movimento pelo passe livre em São Paulo provocou uma onda apartidária contra tudo e todos em 2013. Se a oposição conseguir evitar empunhar bandeiras partidárias nos protestos agora, o movimento contra o corte na educação pode se aliar a eventuais paralisações anti-reforma da Previdência e crescer, tumultuando a já conturbada tramitação da proposta na Câmara.*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 10 de maio de 2019 - 16:18*
Pivô do estresse no plenário que jogou a votação da MP da reestruturação ministerial para a próxima semana, Diego Garcia (Pode-PR) disse para nós que o grupo pró Sérgio Moro se movimenta para derrotar o Centrão e devolver o Coaf ao ministério da Justiça. A estratégia é contar com a mobilização da bancada da bala, buscar votos no varejo e apostar na pressão da sociedade. "Vamos no olho no olho, individualmente. Temos votos no PT, PSB, PR, PSDB. Vamos forçar também a manifestação pública (de voto). Dá para reverter", acredita. "Vamos dar a primeira grande derrota do Centrão", acrescentou. A previsão de Garcia não se confirmaria se a votação em plenário fosse hoje, uma vez que centrão e oposição, juntos, formam a maioria dos votos. A previsão de Garcia se sustenta na revolta da bancada do PSL contra Onyx Lorenzoni. Os pesselistas ficaram inconformados com o fato de Onyx ter dado ordem para entregar o Coaf ao ministério da Economia, sem combinar o jogo com eles. Ontem a bancada reclamou disso em reunião com Bolsonaro. Garcia acha que a revolta do PSL e o poder deles em mobilizar a internet ajudará a devolver o Coaf a Moro. Questionado sobre o termo "tsunami" usado mais cedo por Bolsonaro, Garcia interpretou a declaração como sinal de troca de ministros na Esplanada. Em off, ele torce pela queda de Onyx. "É um cargo que tem que ter sintonia com o Congresso", justificou.
*Daiene Cardoso - Direto dd Brasília*
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 9 de maio de 2019 - 16:15*
Vista por parlamentares como bem intencionada e até esforçada, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, experimentou hoje sua primeira derrota com as mudanças patrocinadas pelo centrão na MP da reestruturação ministerial. O fracasso também pode ser creditado a ela porque é de responsabilidade de um líder do governo no Congresso vigiar e zelar para que as MPs passem intactas e os vetos presidenciais aos projetos aprovados no parlamento não sejam derrubados. Mesmo com o respaldo do relator e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, faltou à deputada estofo político. Restou a ela sair da sessão da comissão mista reclamando dos "fujões". Não bastasse a inexperiência do líder na Câmara, Major Vitor Hugo, agora o Planalto vê que a boa vontade de Joice não é o suficiente para lidar com o Centrão.
*Daiene Cardoso - Direto de Brasília*
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 8 de maio de 2019 - 19:27*
Apesar de dizer que não se submeteria a ameaças e ofensas, Paulo Guedes não resistiu a provocações que poderiam ser ignoradas. Ao responder Perpétua Almeida sobre denúncias envolvendo seu nome, Guedes sugeriu que a deputada fosse ver quem estava na cadeia hoje por "assaltar fundos de pensão". Irritado, o ministro disse que depois das 18h a "baixaria" começava na comissão. Em resposta a José Guimarães, Guedes retrucou: "Se eu googlar dinheiro na cueca aparece, né?". A situação só não virou briga generalizada - Joice e Frota até se posicionaram na mesa para proteger Guedes - porque Marcelo Ramos interveio e insistiu para que o ministro se mantivesse no debate sobre a reforma. Guimarães deu uma resposta elegante, pediu respeito e o ministro acabou se desculpando com o petista. Essa não será o último encontro do ministro com parlamentares e, ainda que tenha melhorado, precisa ainda aprender a segurar seus ímpetos.
*Daiene Cardoso - Direto da Câmara dos Deputados**
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 8 de maio de 2019 - 18:45*
Numa comissão majoritariamente favorável à reforma da Previdência, a oposição não viu espaço até o momento para desestabilizar o ministro Paulo Guedes. O caminho adotado foi atacar pontos do projeto e insistir na tese de que a reforma é cruel com os mais pobres. O discurso não ganhou ressonância no centrão e se limitou ao PT, PSOL, PDT, PCdoB e PSB. O PSOL até tentou criar tumulto com um cartaz que associava a reforma a um cheque em branco a Guedes e os bancos, mas o protesto serviu mais para produzir imagens às TVs. Durante a audiência, o ministro também evitou o confronto, disse que o BPC estava "em aberto" para os parlamentares e que entendia a importância da aposentadoria rural, em especial para a bancada nordestina. Se por um lado Guedes está mais contido, por outro o presidente Marcelo Ramos deixou claro as regras da audiência e não deu brechas para confrontos. Perpétua Almeida, do PCdoB, tentou provocar questionando o ministro sobre uma denúncia envolvendo fundos de pensão, mas a tentativa não prosperou. O clima hoje vem se mantendo amigável ao ministro, cenário completamente diferente do que ele viveu na CCJ.
Daiene Cardoso - Direto da Câmara dos Deputados
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 02/05/2019 - 11H15
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 30/04/2019 - 14H57
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 30/04/2019 - 11h02
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 29/04/2019 - 15H37*
Que o presidente Jair Bolsonaro tem incontinência verbal já se sabe. O problema é a frequência. Menos de 15 dias depois de interferir no preço do óleo diesel, mandando o presidente da Petrobras revê-lo, o presidente achou outro alvo para exercer sua influência: o Banco do Brasil. Na semana passada, soube-se que ele mandou retirar do ar um comercial porque não havia gostado dos personagens retratados. Agora, apela publicamente para que o presidente do banco público reduza os juros de empréstimos para produtores rurais. No fim de semana, deu a entender que continuará com a prática: "quem nomeia o presidente do Banco do Brasil? Sou eu? Não precisa falar mais nada então". Como ele nomeou os presidentes dos demais bancos públicos federais, de empresas estatais e ministérios, deve-se esperar que seu dedo atue em todas as áreas, sem levar em consideração até mesmo questões jurídicas. O problema da intervenção não tem a ver com pautas de costumes, mas do eleitorado que ele acredita que votou nele e, por isso, deve lhe dar satisfação. Entre garantir o apoio desse público ou ganhos no mercado financeiro, ele escolherá a primeira opção, sem dúvida.
CHICO DE GOIS - BRASÍLIA
BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 29 de abril de 2019 - 14:15
Em um novo episódio de falta de sintonia entre membros do governo, o presidente Jair Bolsonaro desmentiu hoje o secretário da Receita, Marcos Cintra, e negou a intenção do governo em criar um novo imposto, uma nova CPMF que atingiria até igrejas. Mais uma vez, Bolsonaro reagiu para evitar desagradar quem ajudou na sua eleição, desta vez os evangélicos. Cintra é o mesmo que negou aumento do IOF anunciado por Bolsonaro, logo na primeira semana de governo. Se Cintra se sente à vontade para anunciar o que quer, é porque Paulo Guedes o permite. Mas até quando? Rodrigo Maia também se antecipou e avisou que tal proposta não passará pela Câmara. Esse é mais um exemplo da falta de comunicação e de organização dentro do próprio governo, que por sua vez se estende à articulação política com o Congresso. A sugestão de criação de novo tributo, aliado ao vai-e-vem, é mais lenha na fogueira na conturbada relação com o parlamento, uma vez que não fica claro qual era a real intenção do governo. O reflexo disso na Previdência? Mais ruído, mais cobrança dos estudos detalhados que embasaram a PEC e mais desconfiança em relação ao governo.
*Daiene Cardoso e Chico de Gois - Direto de Brasília*
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 29/04/2019 - 8H06*
A semana curta, enforcada no meio pelo feriado do Dia do Trabalho, não trará grandes ações públicas para a Reforma da Previdência. No entanto, o presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos (PR-AM), tem um jantar hoje com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para tentarem acertar o andamento da PEC. Amanhã, Ramos e o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), também encontram-se com Maia. Os três, favoráveis à reforma, vão rascunhar um calendário para a coisa andar. O fim de semana teve sinais positivos. Apesar da desastrosa entrevista de Maia para o Buzzfeed, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações públicas amigáveis ao presidente da Câmara, o que serviu para desanuviar o ambiente -- e os filhos de Bolsonaro calaram-se, exceção de Eduardo, que retuitou um comentário questionando por que alguns deputados do Centrão não apoiam a Previdência. Na quarta-feira, as centrais sindicais e as esquerdas vão fazer ampla pregação contra a reforma. A convocação de uma greve geral também está no script -- mas, no Brasil, nunca houve uma greve geral de fato, apenas paralisações da algumas categorias.
CHICO DE GOIS - BRASÍLIA
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA – 26 de abril de 2019 – 15:17*
Em uma ação para encurralar os governadores, o presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), disse para nós que pretende realizar audiências públicas para ouvir os chefes de Executivo dos Estados. O objetivo é saber a opinião dos governadores sobre a reforma, justamente num momento em que cresce na Câmara o movimento para tirar da PEC as mudanças nas esferas estadual e municipal. “Vou perguntar: o senhor é contra ou a favor?”. Ramos é um dos parlamentares que acredita que a reforma precisa ser discutida regionalmente, já que os Estados vivem realidades distintas. Segundo ele, o Amazonas tem uma previdência equilibrada, enquanto o Rio Grande do Sul ainda enfrenta dificuldades financeiras. Ramos revelou que seu objetivo é ser eleito governador do Amazonas em 2022.
*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA – 26 de abril de 2019 – 15:02*
*Daiene Cardoso – Direto de Brasília*
Há um clima muito mais ameno na Comissão Especial que vai analisar a PEC da Reforma da Previdência do que havia durante a tramitação na CCJ. A constatação é do presidente da comissão especial, deputado Marcelo Rocha (PR-AM), durante almoço conosco hoje. Rocha contou que o anúncio de liberação de emendas ajudou a desanuviar o ambiente.Questionado sobre cargos, esquivou-se: "Não estou tratando diretamente disso e não quero saber." O presidente observou que é preciso prestar atenção em três personagens que, embora não estejam na comissão especial, dão a tônica do andamento das coisas: os líderes Wellington Roberto (PR-PB), Arthur Lira (PP-AL) e Elmar Nascimento (DEM-BA). Foi graças ao entendimento deles, de que não era mais possível esticar o elástico, sob risco de romper de vez, que a CCJ andou e deu 48 votos favoráveis à proposta. Rocha os adjetivou de "duros na queda", o que significa que as negociações entre eles e o Planalto sempre serão tensas, até o limite.
*Chico de Gois - Direto da Câmara dos Deputados - Brasília*
*BRASÍLIA ALTA FREQUÊNCIA - 24/04/2019 - 12H26*